quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A bolsa Hermès: Porque o luxo é caro.

Sabemos que a bolsa Hermès é um dos artigos de luxo mais cobiçados do mundo, sendo que os modelos Birkin e Kelly lideram como os mais desejados. Elas não são baratas, os preços começam em torno de 7.500 dólares para a Kelly e pode chegar às centenas de milhares, se você estiver usando crocodilo, diamantes ou outros materiais preciosos. Mas não é apenas pelos materiais que estamos pagando, ou o nome da marca. A bolsa Hermès é cara devido ao processo de construção trabalhosa envolvido na realização de cada bolsa. 
A Hermès de Vancouver, em outubro, convidou um dos artesão a trabalhar na loja, para que os clientes pudessem testemunhar as etapas envolvidas na criação de um dos produtos de luxo mais exclusivos do mundo.
                                           A bolsa Kelly da Hermès.
Primeiro de tudo, os artesãos são treinados durante anos, até serem autorizados a fazer uma bolsa Hermès. A maioria deles vêm de uma escola em Paris chamada École Grégoire-Ferrandi, especialista em couro. Depois de ter concluído o curso lá, eles têm 15 meses de formação na Hermès, onde fazem pulseiras de relógios, puxadores, e outros produtos como exercício. Depois começam nas bolsas, mas precisam de cinco anos de experiência em bolsas, para poderem trabalhar com crocodilo. Há cerca de 2.000 artesãos que trabalham para a Hermès, e cada artesão normalmente só se especializa em quatro tipos de bolsa. A linha de bagagem é produzida em uma oficina independente e normalmente é feita por homens, pois exige muito mais força durante a sua construção.
Couro para as bolsas Hermés.

Cada cortador corta 5 ou 6 bolsas por semana, uma de cada vez. Eles começam examinando as peles e identificando quais as áreas da pele serão usadas, para cada parte da bolsa. O elemento mais importante é a mão humana, mas há várias ferramentas que ajudam na construção de uma bolsa. São facas e lâminas muito precisas, que possibilitam cortar, picar e fazer as marcas para colocar os grampos. Os modelos mais vendidos têm chapas de corte para suas peças, mas elas diferem de acordo com a pele que está sendo utilizada, já que os couros têm elasticidade diferente. 

Pele de crocodilo sendo cortada para uma bolsa
Imagina quanto couro é usado para uma bolsa Kelly! Um bezerro, duas ou três peles de crocodilo (porque só o estômago é usada, o restante é coberto de escamas ósseas); Uma pele e meia de avestruz, de modo que haja o máximo de folículos visíveis; Quatro a cinco peles de lagarto (as cabeças e as caudas não são usadas). As que desejam possuí-la, devem ter em mente esse viés nada ecológico.

O arremate é utilizado para o acabamento da borda de um ponto. Você não pode simplesmente deixar os fios soltos e você não pode cortá-los no final. Ao invés de dar um nó, a Hermès costura à mão um arremate, que depois é achatado, com um martelo. As bordas da pele que são visíveis são lixadas, tingidas, enceradas e polidas várias vezes, para garantir que fiquem são macias, da cor correta, livres de umidade, a fim de coincidir com a bolsa. Qualquer dobra na bolsa é esboçada à mão com uma ferramenta de acesso que necessita de uma mão muito forte, estável. Os forros são sempre em couro, geralmente de cordeiro muito suave ou de cabra, de modo que quando a mão do dono chega dentro do saco, o interior é macio e luxuoso. Mesmo os dentes do zíper são polidos para garantir que eles não tenham arestas, não sejam ásperos ao toque e deslizem suavemente.


O fio utilizado para artigos de couro Hermès é linho Mouliné, que tem excelente estabilidade dimensional e não é afetado por diferentes climas. Uma bolsa Kelly usa cerca de 20 metros de fio. Antes da montagem, o fio é revestido com cera de abelha, que o torna impermeável e liso. Outros detalhes da bolsa e fixação da alça são sempre feitas à mão. Há algumas partes da bolsa Hermès, que são costuradas à máquina, como os bolsos, as tiras dos ombros, e os zíperes, mas mesmo estes têm arremates costurados manualmente.

Um artesão leva cerca de 3 a 4 dias para montar uma bolsa, e cada uma é trabalhada por uma só pessoa. Essencialmente, a bolsa acaba sendo uma parte da pessoa que o criou. A bolsa Kelly (que leva quatro dias) tem cerca de quarenta peças que precisa ser montada. Começam a costurar os forros para as bolsa, e para as tiras pequenas e os reforços. As tiras são depois costuradas na parte de trás da bolsa, e, em seguida, a base é costurado para os dois lados. O próximo passo é criar o punho rígido, depois montar os "pés" e as alças à bolsa. A bolsa deixa de ser plana, quando o artesão monta o corpo, frente e verso com reforços. As bordas são então lixadas e tingidas e as acabamentos são instalados (o fecho, as placas e os rebites.)


Quando a bolsa estiver concluída, ela é virada de fora para dentro, como a maioria das bolsas Hermès. Este é um processo muito delicado, que deve ser feito sem marcar, esfregar e sem prejudicar a sua forma. Quando a bolsa é virada, vai sendo ligeiramente martelada com vapor para garantir a perfeita forma e remover todos os traços de manipulação.


O toque final é o selo com o logo Hermès e o código do artesão, pois cada bolsa pode ser rastreada até a pessoa que a produziu. Se você devolver uma bolsa para consertar, eles sempre mandam de volta para a pessoa que originalmente a fez. Em seguida, o saco é embalado em seu saco flanelado colocado dentro da caixa de laranja, empacotado com fita marrom, etiqueta Hermès e está pronta para ser entregue!
Imagens gentilmente cedidas pela Hermès.

Um comentário:

  1. Meu sonho de consumo.

    Bjos.

    http://carmemrejaneblog.blogspot.com/

    ResponderExcluir

Comente aqui: