A exposição Beleza do Futuro:30 Anos de Moda japonesa que fica até 06 de fevereiro, na Barbican Art Gallery, em Londres é a primeira exposição na Europa, que pesquisou de forma abrangente as vanguardas da moda japonesa, desde o início de 1980 até agora.
Comissariada pelo historiador de moda japonesa Akiko Fukai, Diretor do KCI- Kyoto Costume Institute, projetada pelo arquiteto Sou Fujimoto e com instalação de som de Janek Schaefer, a exposição explora a sensibilidade distintiva do desenho japonês e seu senso de beleza consagrados na roupa.
Reunindo mais de 100 peças das últimas três décadas, muitas raramente cedidas pelo KCI, e algumas nunca vistas antes no Reino Unido, a exposição inclui também filmes de desfiles e documentários selecionados por Wim Wenders.
O layout da exposição, com os espaços da vasta galeria e da galeria principal do Barbican divididos por enormes faixas de gaze branca, traz uma abordagem sedutora ao fundo brutalista arquitetônico, enquanto explora o trabalho de designers de moda japonesa em relação à arte, cultura e à história do traje do seu país.
É inegável que os japoneses criaram um enorme impacto sobre a alta-costura mundial no final do século XX. Visionários como Issey Miyake, Rei Kawakubo e Yohji Yamamoto redefiniram a base da moda e desafiaram as noções ocidentais de beleza estabelecidas. A moda se voltou fortemente para a arte. Eles passaram a influenciar gerações de designers no Japão e também na Europa, especialmente os belgas Martin Margiela, Dries Van Noten e Ann Demeulemester.
As galerias inferiores são organizados em quatro seções: "In Praise of Shadows", "nivelamento", "Tradição e Inovação" e "Cool Japan". Cada área se concentra em uma das diferentes características, que permeiam o trabalho dos designers em destaque.
A primeira seção, "In Praise of Shadows", é inspirada no texto seminal de mesmo nome escrito pelo autor japonês Juni'chirō Tanizaki em 1933. Possui peças de Rei Kawakubo e Yohji Yamamoto, incluindo desde suas coleções do início de 1980 até seus trabalhos de épocas recentes, além de peças de vestuário por Junya Watanabe, Jun e Matohu Takahashi.
"In Praise of Shadows" revela o interesse duradouro em uma paleta monocromática, texturas e nuances e formas predominantes na moda japonesa contemporânea, que (como argumenta Fukai) surgem a partir de uma sensibilidade cultural em sintonia com luz e sombra, e do poder do preto. No entanto, nesse sentido preto como cor, é apenas ilusória: em um olhar mais atento (um privilégio permitido por esta exposição), os tecidos do vestuário são tons escuros de azul, marrom ou verde. O que aparentemente é definido por uma paleta monocromática acromático ou é apenas um domínio lúdico de cores e design."Nivelamento" explora as geometrias simples e interação de nivelamento e volume na obra de Issey Miyake e Rei Kawakubo, para criar peças esculturais que podem ser usadas tanto por homens quanto por mulheres. Esta secção inclui uma série de fotografias, especialmente encomendadas ao artista plástico e fotógrafo japonês Naoya Hatakeyama.
Na próxima seção, a relação entre tradição e inovação é considerada - a partir da reinvenção radical das tradicionais roupas japonesas e técnicas, como quimonos e origamis, aos avanços tecnológicos na fabricação de têxteis e de tratamento. Ele inclui: uma série de peças de vestuário de papel de GAT, Ohya e Mintdesigns; A coleção seminal Outono inverno 2000 Techno Couture de Watanabe, além de exemplos de trabalhos desconstrucionistas de Kawakubo, além de como o moderno assume técnicas tradicionais japonesas em peças de vestuário de Yamamoto, Kenzo e Matohu.
A seção final nas galerias inferiores incide sobre o fenômeno que é "Cool Japan". Apresentando obras de TAO, Jun Takahashi para Undercover e Naoki Takizawa, para Issey Miyake, entre outros. Japão Legal examina a relação simbiótica entre o estilo de rua, cultura popular e alta moda. Há também uma série de salas de exibição de coleção de filmes de passarela, entrevistas e o clássico documentário de Wim Wenders sobre Yamamoto, "Notebook of Cities and Clothes".
Fotos de Lyndon Douglas, cortesia do Barbican Centre.
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